sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

A COPA QUE NÃO SE VÊ

Excelente texto veiculado na edição de dezembro de 2013 do imprescindível Le Monde Diplomatique Brasil e assinado por Andressa Caldas, Eduardo Baker e Thiago Melo menciona o seguinte embate: “Enquanto o governo garante que não vai haver protestos durante a Copa, as multidões e as redes sociais ecoam o grito de ‘não vai ter Copa’”.

A não ser que haja uma convulsão social, vai haver a Copa. Ainda que haja protestos, o torneio ocorrerá. O entorno dos estádios será blindado. A despeito de as obras estarem custando mais do que o que deveriam e das expulsões de cidadãos de suas moradas nas cidades-sede, em nome de se edificar a estrutura para a Copa, vender-se-á a imagem, na grande mídia, de que a competição é asséptica — como, aliás, reza o padrão da Fifa, tão queridinho dos conglomerados de mídia.

Todavia, qualquer um, com um celular, pode transmitir do olho do furacão, caso haja de fato um confronto entre a população e o aparato do Estado. Não é o ideal, pois o poder do indivíduo, mesmo atuando em grupos, é menor do que o da grande mídia. Mesmo assim, é alentador vislumbrar a possibilidade de se ter uma “cobertura” que não sofra a interferência dos filtros dos grandes meios de comunicação. 

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