Para alguns poetas — João Cabral, por exemplo — o ovo é a forma perfeita. De minha parte, essa questão oval é mais prosaica: apenas recentemente é que fiquei sabendo que a galinha bota um ovo por dia. Ainda não consigo deixar de me espantar com isso.
A “produção” desta foto é liviana: primeiro, lavei o ovo (acho que poderia ter ficado mais limpo). Enxuguei-o. Depois, afixei na parede duas folhas de sulfite, como fundo. Debaixo do ovo, duas folhas de sulfite também. Eu queria mesmo tudo branco, sem contraste. Muito importante dizer que o ovo insistia em não parar em pé. Quase tive de afixá-lo no sulfite.
Ovo e folhas ficaram em cima da mesa (encostada na parede) que há aqui na sala. Para ter um pouco mais de luz, usei minha luminária de leitura, posicionada, com a mão esquerda, de modo a produzir a menor quantidade possível de sombra. Com a direita, foquei e tirei a foto. Preferi não usar “flash”.
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