Um título chamativo é um ótimo começo. Contudo, o título “O impossível” [The impossible, 2012], do diretor Juan Antonio Bayona, soa estranho.
Digo isso porque o filme conta uma história... possível... Por mais improvável ou incrível que seja, ela ocorreu — o filme é baseado em fato que aconteceu em 2004, na Indonésia.
À parte isso, a produção conta com Naomi Watts e Ewan McGregor. Também no elenco, o garoto Tom Holland.
As primeiras cenas, a despeito do astral de felicidade vivido pela família (que na vida real é espanhola), já têm um clima sinistro, de suspense, quase de terror. E apesar da história narrada, “O impossível” não deixa de mostrar a impotência humana diante das manifestações da natureza.
Outro ponto que me chamou a atenção é o foco no drama de indivíduos. Hoje em dia, por exemplo, quando a gente vê bombas explodindo na TV, não vemos as dores de quem está lá (“a dor da gente não sai no jornal”), como se guerras fossem assépticas.
Toda tragédia tem seus personagens. Ao escolher se focalizar numa família, “O impossível” nos apresenta, sem assepsia, cinco seres humanos lutando pela vida, mas, ao mesmo tempo, não apela para esguichos de sangue gratuitos.
O filme não ameniza; contudo, não se vale de recursos hiperbólicos ao mostrar o clima doloroso que o permeia. O diretor conseguiu o equilíbrio, bem como uma bela atuação de Naomi Watts.
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