Ontem, enquanto lia um volume com algumas fotografias de Cartier-Bresson (1908-2004), fiquei sabendo que ele dedicou-se inicialmente à pintura; depois, até 1970, à fotografia; a partir daí, abandonou a fotografia para dedicar-se novamente à pintura. Sua primeira reportagem fotográfica foi publicada em 1932.
Não conheço nada do trabalho dele como pintor, mas a capacidade que ele tinha para revelar a poesia do cotidiano ou de cenas "comuns" é fabulosa. Suas fotos têm composições impecáveis, leveza, senso de humor. Aquela coisa dele de buscar o “instante decisivo” é fenomenal. As fotos de Cartier-Bresson são “pinturas”.
Sempre digo que muito do ato de fotografar está na composição da imagem. Nesse sentido, deliciar-se com as fotos criadas pelo olhar apurado de Cartier-Bresson é ter, de quebra, uma agradabilíssima aula de como compor uma imagem fotográfica. Em suas composições, surge o cotidiano, com suas belezas, graças e instantes — que não se repetem. Cartier-Bresson é mais um a tornar evidente que todo e cada momento tem sua beleza.
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