É a timidez que impede Jaime de, por exemplo, usar o banheiro da casa de alguém. Se é impossível segurar, vai, não sem rubor. Tanta é a timidez que, ao fazer xixi, segura com esmero (e pontaria praticada desde a infância) o pênis, para que o jato não caia diretamente sobre a água do vaso, pois o barulho gerado faz com que Jaime fique mais envergonhado ainda. Quando conheceu Cícero, Jaime sentiu uma espécie de alívio por ter, finalmente, conhecido, numa reunião de amigos, alguém mais tímido do que ele. Num exato momento em que Cícero estava no banheiro, uma das faixas do CD acabou, de modo que sons vindos de um pouco mais longe poderiam ser ouvidos. Passou pela cabeça de Jaime: “Curioso: ele é mais tímido do que eu, mas não tem vergonha de mijar direto na água do vaso”.
6 comentários:
Ótima sacada.
Obrigado.
Excelente conto, Lívio. E melhor ainda, pois sou tímido também. No entanto, se eu conseguir exercer a profissão que tanto quero, preciso perder minha timidez.
Valeu, Marcos Paulo. E boa sorte em sua profissão.
Essa foi boa Lívio, bem condizente com a realidade. rs.
Obrigado, Álisson.
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