Saulo Alves, fotógrafo local, morreu ontem (18/5), por volta de 21h45, em acidente de carro numa rodovia. O acidente foi no município de Presidente Olegário/MG.
Mais ou menos um mês atrás ele me enviou mensagem dizendo que há um tempão eu não ia até seu estúdio. Mencionei isso para uma sobrinha dele; ela é minha aluna. Desde então, invariavelmente, ela vinha me perguntando: “Foi lá visitar o tio Saulo?”.
Certa vez, William Brito (fotógrafo), Gabriel CZ (fotógrafo), Saulo e eu cogitamos realizar uma exposição em conjunto. O projeto não se realizou.
Hoje pela manhã, quando o advogado e publicitário Manoel Almeida me ligou para contar sobre a morte do Saulo, logo me lembrei do último convite que o fotógrafo havia me feito para que eu fosse até o estúdio dele. Quando eu o visitava, conversávamos sobre fotografia, escutávamos música e tomávamos café. Ele dizia que eu deveria ir até lá para que pudéssemos tomar uns “cafeses”.
Hoje à tarde, no velório, conversei com o Gabriel CZ. Ele me contou que certa vez estava no estúdio do Saulo e queriam tomar café. Só que não sabiam como preparar a bebida. Também não havia pó; foram até uma mercearia e compraram. Mas havia ainda o preparo. Como a vontade era muita, acessaram a internete e digitaram “como preparar café” ou algo parecido.
Saulo era fã do U2 e conferiu um dos shows que a banda fez no Brasil. Conseguiu ficar pertinho do palco. Numa das visitas, ele me mostrou as fotos que havia tirado – não era permitido fotografar o espetáculo, mas ele conseguira entrar com uma simples câmera compacta.
O atropelo bobo em que vivo fez com que eu não fosse tomar um cafezinho com o Saulo, quando ele me convidou, há mais ou menos um mês. Histórias esparsas me ocorreram durante o dia. A gente fica mais reflexivo nessas situações. Do que resta, fica a certeza: é preciso visitar as pessoas.