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Dias atrás, mexendo em velhos papéis, eu me deparei com o escrito acima, datilografado numa velha Olivetti (foto abaixo) que tive durante muitos anos.
Eu não me lembrava mais do texto. Não sei quando foi escrito, mas gostei do reencontro. Também abaixo, versão digitada do poema.
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Química
Pairam no ar
perfume e
muitas intenções.
O perfume está no ar;
o perfume está no corpo.
A respiração
não se engana:
quer se tornar ofegante.
Perfumista algum realiza
essa mistura de cheiros e perfumes.
Tudo se compreende,
e então descobre-se
que a quintessência do ser
tem cheiro.
8 comentários:
Lívio,
Esse seu grau de sutileza ao descrever o perfume que está no corpo, gerado pela química acompanhada de muitas intenções... Me leva a compará-lo a Proust argumentando sobre a degustação das bolachas francesas Madaleine. Essa percepção que gera o resultado de idas e vindas entre o nós e tudo que nos rodeia.
Oi, Hellen. Grato por conferir mais uma vez.
Quanto à comparação com Proust, também agradeço por ela, embora eu esteja completamente ciente de que estou muito, mas muito aquém dele - e digo isso sem a menor gota de falsa modéstia.
Lívio, como descreveu a 'química' em sua mais forte 'ostentação', sim, é um poema para sentir... Gostei especialmente do final, da quintessência.
(E como é bom achar escritos 'perdidos'!)
Obrigado, Raquel. Quanto a achar velhos escritos, é sempre um barato mesmo.
Muito legal seu poema.
"Meu pai tbm já teve uma Olivetti, me lembro muito bem dela, fez parte da minha infância."
Legal, Pedro Augusto. Grato por conferir.
Adoro aromas, e muitas vezes conheço os cheiros das pessoas. Alguns acham estranho, mas é a essência.
Caro Gabriel, achei esse seu comentário simplesmente genial.
Grato por conferir.
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