quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A HISTÓRIA POR TRÁS DA FOTO (46)

Eu ainda lembro quando tive a primeira oportunidade de fotografar um anu-branco. Eu não me recordava de ter visto a espécie anteriormente. Ao ver um exemplar sobre um muro, fiquei louco para fotografar. A imagem ficou horrível.

Com a prática, passei a fotografá-los com o respeito que merecem. O equipamento adequado também ajuda. Tanto que a foto acima foi feita no dia (6 de junho de 2006) em que eu estreava minha então nova lente, uma 100-400, mais indicada para fotografar assuntos que estejam longe – caso de aves e pássaros, que geralmente não permitem aproximações.

O registro foi feito num dos bairros afastados da cidade. Cliquei às 10h48. Eu tinha avistado o grupo de anus (são aves extremamente gregárias) e fui me aproximando aos poucos. Não houve como a aproximação ser maior porque havia uma cerca. Ainda assim, pude tirar algumas fotos do pessoal.

Diante da imagem acima, já houve quem me perguntasse se a ave sobre as demais estava se preparando para transar. Não. Eu me lembro de que ela era a que estava mais à direita. Foi quando tomou a decisão de literalmente passar por cima das outras e tranquilamente se acomodar à esquerda delas.

4 comentários:

Anônimo disse...

Lívio, vc marca a hora certa e registra as histórias das fotos tda vez que as revela? E, outra curiosidade, vc revela essas fotos ou fica só no computador?

Lívio Soares de Medeiros disse...

Oi, Gabriela. Não marco a hora. Como se trata de fotografia digital, a hora e a data já ficam registradas no arquivo. Basta posicionar o "mouse" sobre a foto para verificação. Caso se clique com o botão direito e depois sobre “Propriedades”, há ainda os dados técnicos da foto – velocidade, abertura, ISO etc.

Não registro as histórias. Apesar das milhares de fotos que tenho, eu me lembro do contexto e do local em que determinada imagem foi tirada, salvo algumas exceções. Às vezes, eu me recordo até de detalhes, e não somente da situação como um todo. Acho que me lembro porque geralmente não é fácil fotografar animais. De certo modo, sempre é um evento marcante, seja pela beleza do dia, pela dificuldade de se fazer a foto, pelo desejo de fotografar a espécie, por determinado comportamento do animal, pelo que pode passar pela minha cabeça na hora... Mas eu mesmo me surpreendo por me lembrar, pois minha memória é um fiasco.

(Algo que me ocorreu agora: fotografar acaba se tornando uma maneira de eu me lembrar do que fui.)

Quanto a imprimir as fotos, não mais faço isso. No começo, em meados de 2004, quando comecei a fotografar mais intensamente (antes, eu já havia fotografado), eu imprimia muita, muita coisa. Depois, percebi que era bobeira. Hoje, somente peço para que imprimam uma ou outra de vez em quando. Ou quando alguém me pede alguma. Algumas estão em meu computador; as que não estão foram gravadas em DVDs. E em breve, devo entrar em contato com um desses serviços de armazenamento de dados e colocar todo meu acervo lá, como garantia.

Valeu.

Eli Vieira disse...

Minha professora de vertebrados dizia que os Anus Brancos são bastante inteligentes. Ela ia para o meio do mato e entrava numa cabana para observar o comportamento deles o mais incógnita possível.

Mas eles só agiam normalmente depois que um estagiário vestido com roupas parecidas com as roupas dela saísse da cabana. Assim, eles pensavam que ela já tinha ido embora e agiam normalmente.

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Mudando de assunto, gostaria de recomendar-lhe uma história (ou parábola) chinesa:

http://www.elivieira.com/2009/02/o-bandido-e-o-sabio.html

Eu traduzi do inglês, se tiver alguma crítica ou sugestão para a minha tradução, ficarei grato.

Grande abraço, amigo.

Lívio Soares de Medeiros disse...

Meu caro Eli, sempre achei o anu-branco uma ave belíssima. Sem exagero, digo: uma das mais belas que temos em nosso majestoso Cerrado, em minha opinião. Você sabe muito bem que tenho fascínio genuíno pelo Cerrado. Sabe o que mais gosto no Cerrado? A beleza dele não é óbvia - mas é assunto pra boteco...

Quanto a seu trabalho de tradução, desde já, parabéns. De vez em quando, no MSN, vejo que você inseriu uma pérola ou outra. Vou conferir seu trabalho e dou um retorno.

E quanto vier a Patos, vamos tomar uma(s).

Grande abraço, Eli.