segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Uma tarântula para García Márquez

No já longínquo vinte e quatro de agosto de 1996, publiquei, num jornal local, em coluna que eu mantinha, breve nota sobre a palavra “tarântula”. Na ocasião, mencionei o que o Aurélio dizia sobre o termo: “Espécie de aranha européia da família dos licosídeos, cuja picada causa febre, delírio e, segundo a crença popular, singulares sintomas que levariam o doente a cantar e dançar”.

É a palavra com o significado mais fabuloso que conheço. Na mesma nota publicada em 1996, sugeri aos leitores que conferissem no dicionário o significado de “tarantismo” (ou “tarantulismo”). Segundo o Houaiss: “Afecção nervosa caracterizada por desejo incontrolável de dançar, atribuída à picada de aranha (tarântula)”.

Esta postagem não é propaganda do que já fiz nem ataque de saudosismo. Não sou do tipo saudosista. Pode ser que quando eu ficar ainda mais velho eu passe a ser. Escrevo esta postagem por ter lido há instantes que um novo tipo de tarântula foi descoberto recentemente na Colômbia, segundo a Newsweek.

A descoberta foi publicada em artigo, que tem autoria de Carlos Perafán, William Galvis, Miguel Gutiérrez e Fernando Perez-Miles. Ainda de acordo com a Newsweek, o novo tipo de tarântula foi descoberto nas proximidades de onde viveu o García Márquez (ele nasceu em Aracataca). Como, segundo a revista, os cientistas são fãs do escritor, decidiram homenageá-lo ao batizarem o novo tipo de tarântula, que tem o nome científico de Kankuamo marquezi. Puro realismo mágico. 

Nenhum comentário: