quarta-feira, 22 de setembro de 2010

BLEFE (1)

Maquiavel é o autor do clássico “O pequeno príncipe”. É dessa obra a famosa máxima “tu te tornas eternamente responsável por aquilo que ativas”.

A HISTÓRIA POR TRÁS DA FOTO (64)


Estou ministrando um curso de fotografia. Ontem, como dever de casa, pedi aos alunos que tirassem fotos valendo-se do uso de diferentes tempos de exposição. O tempo de exposição é a “duração” da foto; é o tempo que a luz tem para chegar até o sensor do equipamento. Pode ser conferido nos monitores das câmeras em números como 1/30, 1/60 etc.

Gosto de exposições longas, de fotos que “duram” um pouco mais. É o caso de fotos noturnas, por exemplo. É comum apertarmos o obturador para tirar a foto e ele somente voltar à sua posição inicial 10 ou 15 segundos depois. Exposições bem mais longas podem ser usadas. Uma foto pode “durar” 4 horas – das 21h à 1h, digamos.

Nesse caso, o equipamento estaria devidamente instalado sobre tripé. O flash poderia ser disparado para iluminar uma árvore seca. Ao fundo, além do negro de céu, a foto captaria o iluminado movimento das estrelas. É que nas 4 horas em que a câmera tirava a foto, as estrelas se moveram. Esse movimento ficaria registrado na câmera como belos fachos.

Acima, foto com 1,3 segundo de “duração” (em fotografia isso é considerado muito tempo). Foi tirada no dia 29 de abril de 2006, às 14h55, no Mocambo, que é um parque local. Hoje, o lugar está sem cuidados, abandonado e um tanto perigoso, mas já foi um grande ponto para quem gosta de fotografar aves e pássaros.

Eu me vali da exposição de 1,3 segundo para conseguir o que chamam em fotografia de efeito véu de noiva, que é a “textura” da água na imagem. Para consegui-lo, coloque sua câmera num tripé, use longa exposição e capriche na foto da “noiva”.

FUTEBOL (2)

Obviamente, não tenho acesso aos bastidores do imbróglio Dorival Jr. versus Neymar. É que a verdadeira história está nos bastidores; o conhecimento da engrenagem pode fazer com que encaremos uma questão diferentemente.

À distância, a decisão do Santos é clara, embora eu discorde dela: do ponto de vista financeiro, mercadológico ou algo que o valha, manter Neymar foi a decisão que tomaram. Isso pode ser bom para o Santos, mas, a longo prazo, não para Neymar.

Permitam-me uma utopia: num mundo ideal, Neymar anunciaria que não vai jogar o clássico contra o Corínthians, logo mais, às 22h. Mas bem sabemos que isso nem passaria pela cabeça do jogador. Ele pode até não jogar, mas não por decisão própria.

Enquanto escrevo esta nota, não sei que justificativa dará a diretoria do Santos para a demissão de Dorival, se é que dará alguma. Se a cúpula santista sabe que Dorival Jr. é um calhorda, não saberemos (não estou dizendo que o técnico seja um calhorda); se a cúpula do Santos sabe que Neymar é uma calhorda, não saberemos (não estou dizendo que o jogador seja um calhorda).

A decisão santista de demitir Dorival é compreensível, desde que nos coloquemos no lugar de burocratas bobos e interesseiros; a decisão é compreensível, embora muito lamentável. Entrementes, deixemos Neymar prosseguir. Mas permitam-me um acesso de loucura: o jogador será a decepção da copa de 2014.