segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

JOE SATRIANI x COLDPLAY

Recentemente, o guitarrista Joe Satriani acusou o Coldplay de ter plagiado trechos de “If I could fly” no sucesso “Viva la vida”. A banda, em respeitoso comunicado, disse que “Viva la vida” não tem influências de “If I could fly”.

Enquanto a polêmica não se resolve, uma versão remixada de “Viva la vida” está disponível para download no site oficial do Coldplay. É uma espécie de presente de fim de ano para os fãs da banda.

Procurei pela internet leis sobre plágio. Há muita discussão e pouca precisão. Caso algum advogado por aí tenha algo exato a dizer sobre isso, sinta-se à vontade. Abaixo, trechinhos de “If I could fly”, do Satriani, e de “Viva la vida”, do Coldplay, para que você mesmo “julgue” o suposto plágio.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

PARA ELA, QUE NÃO ME LERÁ

Hoje à tarde, estive num supermercado. Quando já ia saindo, esperei alguns segundos pela chegada do elevador que dá acesso ao estacionamento. Havia muita gente aguardando. O lugar estava lotado, devido à véspera de Natal.

Chegado o elevador, foi aquela correria para entrar. Quando as portas se fecharam e o bólido começou a descer, escutei o que me pareceu ser o pai de uma criança de uns dez anos comentando com ela que no mundo de hoje não se pode ser educado. “É chegar empurrando e pronto”, disse o homem.

A criança escutou de cabeça baixa, não sei se devido à timidez por estar cercada de gente estranha. Abertas as portas, nós nos debandamos. O “conselho” do adulto ficou reverberando em minha cabeça. Quando eu já estava perto de minha moto, o pai, que viera na mesma direção tomada por mim, repetiu para a garota: “De nada adianta ser educado”.

Minha cara garota, esse que deve ser seu pai é adulto. Nós, os adultos, vamos nos embrutecendo à medida que envelhecemos. É verdade que o mundo trata mal. Contudo, não siga o que seu pai lhe disse no elevador. Gentileza não é sinônimo de ser bobo. Ser gentil requer muito mais força do que ser rude. Gentileza é força, garota. Seja forte.

A HISTÓRIA POR TRÁS DA FOTO (44)

Esta imagem é mais uma daquelas fotos que são conseguidas quando não se espera mais nada ou pouca coisa. Foi tirada no Parque do Mocambo, aqui em Patos de Minas. Uma determinada área do parque tem uma pequena mata fechada. Nela, há trilhos pelos quais se pode percorrer o lugar. A tarde estava no fim. Decidi então deixar a mata e vir embora. Enquanto caminhava pelos trilhos, vi a borboleta acima.

Como já era fim de tarde, praticamente não havia sol na mata. Eu teria de usar o flash, o que de fato ocorreu. Ainda assim, eu não estava muito otimista quanto à captura, pois a lente que eu usava é própria para assuntos que estejam a longa distância – é a lente que uso para fotografar aves e pássaros. Para a foto da borboleta, o ideal seria uma lente macro. Ainda assim, arrisquei. Afastei-me um pouco, caso contrário o foco não poderia ser feito, e disparei. Pude tirar três fotos.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

UM ALÔ

Hoje, fui levado a me lembrar de meu primeiro emprego. Eu tinha uns dez ou onze anos. Lembrando-me desse tempo, eu me lembrei de que a primeira vez em que falei ao telefone foi lá onde trabalhei nessa época, pois ainda não havia telefone aqui em casa.

O aparelho tocou e não havia ninguém por perto. Entrei em pânico, pois eu teria de atender. Nem me lembro se falei o nome da empresa ou um desajeitado alô. Quando a pessoa do outro lado começou a conversar, eu me embaralhei. Eu berrava que não estava entendo nada. A pessoa, por sua vez, com calma e paciência, tentava fazer com que eu entendesse a mensagem. Por fim, desistiu e desligou.

Voltei a trabalhar preocupado. Poderia ser alguma ligação importante. Talvez, o pedido de algum cliente... Assim que meu chefe voltou, disse que foi ele quem havia ligado. Gelei. Contudo, ele pareceu ter, sim, achado graça da situação. Enquanto comentava que havia sido ele quem ligara, estava sorrindo.

Naturalmente, ele foi meu primeiro patrão. Trabalhei para ele até mais ou menos os dezesseis anos, com algumas pausas. Compreensivo, sempre me liberava, sem queixas, para que eu pudesse freqüentar aulas de inglês. Hoje, por volta de 14h, fiquei sabendo que ele havia se suicidado no fim da tarde de ontem.

FESTIVAL MARRECO DE MÚSICA INDEPENDENTE

Conferi e apresentei ontem o Festival Marreco de Música Independente. O evento ocorreu no Galpão do Produtor, ao lado da rodoviária, tendo começado por volta de 14h30 e terminado por volta de 22h30. A organização foi da Peleja Criação Cultural.

Como parte da programação, houve do dia 15 ao dia 20/12 oficinas sobre música, consumismo e improvisação corporal. Também ocorreu oficina sobre como divulgar música independente em tempos de internet.

Janela Verde, de Patos de Minas, foi a banda que abriu o festival. O grupo tem baladas vigorosas e um pé no passado – com direito a órgão modelo SM44 na terceira música. A esse apelo antigo, visível também no figuro, juntou-se o peso da segunda parte do show.

A seguir, apresentou-se a banda Radiotape, de Belo Horizonte. Não fazem questão de esconder as influências do pop/rock inglês de meados da década de 90 para cá. O som da banda é pop e dançante. Mesmo quando decidem soar mais pesados, não abrem mão das agradáveis melodias.

O terceiro grupo a se apresentar foi a Banda 4, de Sabará. Vieram a Patos de Minas com uma proposta sui generis: apresentar música instrumental. O trabalho tem um clima soturno e, por vezes, pesado. Os arranjos e os climas criados pela banda lembram os momentos psicodélicos do rock progressivo.

A banda Seu Juvenal, de Uberaba, que veio a seguir, não poupou: apresentou um som cru, nervoso, agressivo. Letras com preocupações sociais eram cantadas de modo visceral pelo vocalista. Fizeram o deleite da galera que curte um rock mais rápido, direto e pesado.

Também de Uberaba, veio a banda Acidogroove, com seu ótimo som melodioso e levemente melancólico. A despeito dessa leve melancolia, têm um som pop – não no sentido pejorativo do termo, não no sentido de um pop bobo e artificial.

O antepenúltimo grupo a se apresentar foi o Barabizunga, de Patos de Minas. É um barato o quanto deixam claras as misturas que compõem o som da banda: samba, baião, pop e/ou rock. Tudo isso com o senso de humor de quem deixa, felizmente, a impressão de querer se divertir fazendo música.

Também de Patos de Minas, a banda Vandaluz levou ao palco seu show histriônico, teatral e mordaz. Irônicos e irreverentes, não poupam nem religiões nem ricos nem pobres. Poesias são declamadas, a indiferença é massacrada. Os fãs cantaram as músicas do CD “Ascende”.

A banda que encerrou o festival foi o Porcas Borboletas, de Uberlândia. Também têm o senso de humor como forte característica do trabalho. Ironia e teatralidade perfazem o som do grupo. Só para se ter uma idéia: passaram o som, voltaram para o hotel em que estavam e aguardaram que eu os chamasse para o show. Atravessaram correndo a rua, subiram no palco e começaram a tocar.

Terminada a apresentação deles, um monte de gente foi para o palco, a fim de celebrar a festa que se encerrava. Integrantes de várias bandas, o pessoal da organização e outros presentes finalizaram o vitorioso festival.

Acompanhei o evento em cima do palco. Pude ver de perto a animação e a garra com que o pessoal das bandas tocou. Chegavam entusiasmados e tocavam com vontade, mesmo quando o público ainda era pequeno, na primeira hora do evento.

Também gostei das várias vertentes apresentadas pelas bandas. Por fim, é sempre bom presenciar que o cenário independente tem produzido muito, revelando bandas ousadas e com ótima qualidade.

Aos organizadores, parabéns pela iniciativa. Organizar qualquer evento não é fácil. Organizar um evento voltado para a música independente é mais difícil ainda. Que essa tenha sido a primeira edição do Festival Marreco de Música Independente.

sábado, 20 de dezembro de 2008

TIANASTÁCIA EM PATOS DE MINAS

Conferi show com a banda Tianastácia, nesta madrugada, aqui em Patos de Minas. Não posso deixar de falar, a princípio, sobre a desrespeitosa e infame fila para que se pudesse entrar. Fiquei uma hora e quarenta e cinco minutos aguardando – depois que a casa havia, oficialmente, aberto as portas. Um desrespeito. Não vale a conversa de que havia muita gente querendo entrar. Já estive em eventos muito maiores em que a espera foi bem menor. Não há pretexto que justifique a afronta durante a entrada.

Uma vez começado o espetáculo, de onde eu estava, ou seja, bem de frente para o palco, na parte central, eu mal escutava a voz. Um fotógrafo que estava cobrindo o evento me disse, após o show, que de onde ele estava (não sei onde era), só escutou o baixo. Num dado momento, fui ao banheiro. Curiosamente, bem à esquerda do palco, o som me pareceu melhor.

Verdade é que boa parte do público não estava preocupada com isso. Enquanto eu aguardava na ridícula fila, só para dar um exemplo, pude escutar comentários e mais comentários sobre roupas, sapatos, acessórios, carros e demais balacobacos de que se valiam Fulano, Fulana, Beltrano, Beltrano, Sicrano e Sicrana.

Durante o show, cuja platéia, na maioria, era de adolescentes, pouca importava se o som estava bom ou se no palco estava o Tianastácia. A maioria estava lá para ver coleguinhas de escola e reparar nos outros e outras.

Digo, sem contar vantagem, que eu estava lá para assistir a um show de rock. Só isso. A banda fez a parte dela. O som, contudo, deixou muito a desejar. Nos momentos em que o grupo conversava com a platéia, era praticamente impossível entender o que era falado. Torço para que o retorno para os músicos estivesse bom.

A presença no palco do João de Deus, que é de Patos de Minas e tocou guitarra e teclado, deu um tempero bacana ao show. Embora, oficialmente, não sendo um dos integrantes da banda, João foi constantemente lembrado e homenageado durante a apresentação.

Pontos negativos da noite: a estúpida fila para a entrada e o som durante o show. Pontos altos: gente saindo pelo ladrão, o que é sempre bom num show de rock, e a performance do grupo. Acertaram até nas “covers”. Uma delas, “Balada do louco”, clássico dos Mutantes. Durante um hora e meia, o Tianastácia entregou um show animado e profissional.

Houve quem reclamou do fato de o show ter começado às duas da madrugada. Não sei a que horas a apresentação estava marcada para começar. Assim, pouco me importaria se o show começasse às duas ou às três. O que não pode haver é uma entrada tão demorada quanto a que houve.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

CALENDÁRIO 2009 COM FOTOS TIRADAS POR MIM

Se você quiser receber, de graça, o calendário 2009 com fotos tiradas por mim, bastar entrar em contato. Caso você tenha meu e-mail, sinta-se à vontade para solicitar o material. Caso não, peça por este blogue e eu envio o calendário para seu e-mail (que não será divulgado aqui).

As reproduções podem ser até o tamanho 13x18. Se você quiser um tamanho maior, diga e envio.

Abaixo, uma amostra do que é o trabalho.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

AMANDO NA CHUVA*

Quando a chuva cai sobre nós, ela se apaixona.
Provo seu corpo, você sente meu gosto.
Gota a gota, a gente se bebe.
_____

* O texto acima foi escrito originalmente por mim em inglês. A tradução "liviana" fez com que uma nuança ou outra se perdesse. A versão original está em Imagetexts.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

CONTO 29

Saindo de casa, assim que botou o pé na calçada, avistou a morena bonita se aproximando. Decidiu inventar o que fazer até que ela passasse. Enquanto ela passava, ele olhou oblíqua e dissimuladamente, tentando não ser deselegante. Ela passou e ele continuou olhando, na certeza de que valera a pena demais ter esperado. Saindo para o trabalho, soube que poderia tranquilamente esperá-la todos os dias, pois não a amava.

APONTAMENTO 42

É preciso cuidar do encontro, pois o reencontro virá. Penso agora na jovem que me procura e diz querer minha ajuda porque tem escrito alguns textos. É a história que se repete. Tantas e tantas vezes já procurei professores (e ainda procuro) para que lessem originais meus. Cuidaram do encontro quando os procurei; hoje, somos amigos.

Por si só, acho bacana esse intercâmbio de textos. No caso da aluna que tem me procurado, há o alento de saber que uma garota de catorze ou quinze anos (não sei ao certo) tem se mostrado interessada em escrever. Já arriscou alguns textos, que estão num blog criado por ela – que ainda não ousou divulgá-lo para mais pessoas.

Quando comecei a mostrar meus escritos para os professores, não havia a praticidade dos blogs ou dos e-mails ou de um texto que pudesse ser digitado. Muitos foram datilografados. Anteriormente, noutros tantos, tentei caprichar na caligrafia. O que vale é que a essência da história é a mesma. A tecnologia como ferramenta para que a aventura, que se repete, recomece.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

APONTAMENTO 41

“Cheiro de goiaba” é um livro de entrevistas com García Márquez. Nele, o autor colombiano responde a perguntas de Plinio Apuleyo Mendoza. Em determinado trecho, Mendoza pergunta a García Márquez que personagem literário ele gostaria de ter criado. Resposta: o Conde Drácula, de Bram Stoker.

Nunca me perguntaram que personagem eu gostaria de ter criado. Certamente, devido ao fato de que nunca criei um. Dos que tenho acompanhado, há um que eu queria que fosse criação minha: Humbert Humbert, o narrador de “Lolita”, de Vladimir Nabokov.

Que personagem literário você gostaria de ter criado?

domingo, 7 de dezembro de 2008

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

FESTIVAL MARRECO

No dia 21 de dezembro vai ser realizado em Patos de Minas o Festival Marreco de Música Independente. O evento começa às 14h, no Galpão do Produtor, ao lado da rodoviária. A entrada é franca.

As seletivas já foram feitas, de modo que a programação está definida.

As seguintes bandas vão participar: Janela Verde, Radiotape, Banda 4, Seu Juvenal, Acidogroove, Barabizunga, Vandaluz e Porcas Borboletas.

Não bastasse o festival em si, que já é uma louvável e necessária realização, oficinas, palestras e debates vão ocorrer. Para mais informações, não deixe de acessar o blog do evento: Festival Marreco.

Desde já, parabéns ao Coletivo Peleja, patenses que organizam a maratona musical. Arregimentar um festival de música independente não é fácil. Cada um, com seu desprendimento e entusiasmo, quer inserir a cidade na cena independente. Todo sucesso para eles.