quarta-feira, 6 de junho de 2018

Os estorninhos são bons em matemática

Acho que foi o Pitágoras quem disse que “o livro do Universo está escrito em caracteres matemáticos”. A ideia, bela por si, fascinava os gregos. Na modernidade, tem gerado filmes, documentários, desenhos animados... Um documentário que recomendo é Understanding Beauty (Tudo sobre a beleza); já um desenho animado que recomendo é Donald Duck in Mathmagic Land (Donald no País da Matemágica).

Há uma produção da BBC que está disponível na Netflix intitulada The Code. A pequena série de três episódios segue a linhagem de trabalhos que afirmam haver propriedades matemáticas em qualquer manifestação da natureza. Isso valeria para flocos de neve, para o comportamento dos lêmingues ou para uma multidão de humanos. A série The Code é apresentada pelo matemático Marcus du Sautoy.

Há quem argumente que destrinchar os mecanismos de algo retira o encanto desse algo, com o que não concordo. A maravilha de trazer à tona o que causa ou o que move determinado fenômeno torna tudo mais fascinante. Há mágicos que não gostam quando os truques deles são revelados; para mim, essa revelação torna a mágica mais incrível do que ela já é. Talvez por isso eu goste tanto de conferir feituras de filmes.

Séries que ressaltam a importância da matemática estão, por assim dizer, tentando descobrir a feitura do Universo, estão, digamos, investigando o “truque” por trás da “mágica” que é o Universo. Só um misticismo deturpado ou um cérebro desprovido de senso do espanto não conseguiriam enxergar beleza quando padrões matemáticos são revelados nos mecanismos da natureza.

Por falar em padrões matemáticos, há uma sequência em que Marcus du Sautoy está discorrendo sobre o belíssimo padrão de voo dos estorninhos, enquanto uma revoada deles é mostrada pela câmera. Diante da cena, ficou nítido para mim que num breve instante os milhares de estorninhos “desenham” no céu o número 6.

De imediato, pensei se tratar de uma “brincadeira” de edição da BBC; tanto foi assim que fiquei aguardando algum comentário sobre isso da parte de Marcus du Sautoy. Todavia, nada foi dito sobre o número 6 no céu. Além do mais, a edição não nos permite concluir que a formação dos estorninhos teria sido algo produzido em estúdio.

Tendo sido ou não feito em estúdio, foi bom demais a formação dos pássaros no céu (acho que os estorninhos estavam... po(u)sando para as câmeras...)  terem produzido algo parecido com o número 6 (pareidolia?) num documentário que ressalta precisamente a matemática como sendo a chave que abre ou explica como tudo é gerado na natureza. Nesta postagem, uma foto da cena do voo dos estorninhos no documentário da BBC. 

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