segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Marisa Letícia

O Borges (ou, talvez, o Jung — ou ambos) escreveu que quando um ser humano morre, toda a humanidade perde. Li isso em minha adolescência. O ensinamento ficou.

Eu não saberia dizer com exatidão para que serve a literatura (ou a leitura). Já escrevi que eu seria pior sem a literatura. Sou melhor quando leio. A literatura faz com que eu busque o humano em mim e no outro. Isso já é mais do que o bastante para que eu leia.

O que leio, leio para me humanizar. A leitura, por si, não implica por parte do leitor a empatia pelo outro (um torturador pode ser um leitor ávido). E não é preciso ser um leitor para se compreender a dor do próximo.

Não há como eu saber o que eu teria sido sem a leitura. Sou fruto de muita coisa de que nem tenho ciência; dentre as coisas de que tenho, sou fruto do que leio. Também a literatura robusteceu em mim o senso de compaixão. 

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