domingo, 3 de julho de 2016

Apontamento 338

Não descreio da existência da inspiração. O que digo, é que o escritor profissional não deve contar com ela para escrever. Se o momento é inspirado, que haja por parte de quem escreve a capacidade de transformar esse elã em palavras que lhe agradem. Na ausência da inspiração, que o escritor produza, pois o trabalho de escrever é um trabalho como qualquer outro.

O Romantismo recrudesceu o mito do poeta inspirado que, benfeito, recebe das musas a graça da palavra. Uma concepção assim tem um apelo muito sedutor no imaginário das pessoas, que gostam de supor a criação artística como que necessariamente atrelada à inspiração, quando, a bem da verdade, é algo mais ligado a trabalho mental, a atitude e a disciplina. 

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